PLANETA TERRA

PLANETA TERRA: capacidade desta espaçonave.

Há 500 anos consolidou-se a ciência que a Terra, o planeta em que vivemos, era mais um corpo celeste e não o centro do universo. Este planeta é cheio de movimento. A Terra gira em torno de si mesma, realizando esta rotação a uma velocidade de quase 2 mil quilômetros por hora ( para quem está na linha do Equador, onde está a maior circunferência do planeta: 40.075 km). Velocidade esta mais de duas vezes a de um jato comercial. Este é o movimento que determina o dia e a noite, conforme o lado do planeta voltado para o Sol. Tempo na realidade é um invento humano, um registro da mudança da matéria no espaço. Com relação ao Sol em torno do qual a Terra gira, em translação, desenvolve a impressionante velocidade de 100 mil quilômetros por hora. Faz esta trajetória elíptica em 12 meses; e, então temos o que chamamos de ano. Fica então patente que a Terra é a espaçonave na qual participamos desta experiência de vida.
Estamos numa espaçonave de enorme dimensão para nós, e que realiza estes movimentos regularmente, sem alteração da velocidade e da trajetória, por isso só podemos perceber que o planeta está em movimento tomando como base pontos de referência no espaço. Tirando o Sol e a Lua, os demais corpos celestes estão muito longe para a nossa capacidade de visão e aí normalmente não percebemos esses movimentos.
Mais recentemente criou-se uma consciência coletiva sobe o crescimento acelerado da população humana neste planeta, e do seu estilo de vida atual dependente de energia fornecida predominantemente por combustível fóssil. Há quem acredite que isto causará mudanças enormes e terríveis no planeta comprometendo inclusive a sobrevivência aqui na Terra.
Assim como outras espaçonaves tem um número limite na capacidade de passageiros, passou-se a discutir qual seria a capacidade para os seres humanos na Terra.
Existem estimativas que hoje, 2013, a Terra é habitada por mais de 7 bilhões de seres humanos, e que nos quinze mil anos de existência do homo sapiens, uma quantidade igual ao número de seres existentes hoje já teria vivido no planeta.
O problema não seria tanto de espaço uma vez que se juntássemos os nossos corpos lado a lado, como se estivéssemos sentados num avião de passageiros, a superfície necessária não seria muito maior que a do município de São Paulo. Porem a questão é o impacto que a atividade humana exerce sobre a superfície do planeta.
Tomando como referência um estilo de vida igual ao da mais afluente sociedade humana organizada, a que habita a Europa e a América do Norte, o limite para atender essa demanda com a tecnologia atualmente disponível daria ao planeta Terra uma capacidade ideal de 4 bilhões de seres humanos.
Já passamos em quase o dobro o limite de capacidade da Terra, numa sociedade que consome bens cuja produção é dependente de petróleo e carvão. Com a queima desses fósseis grande quantidade de carbono é lançada na atmosfera e isto está comprometendo a manutenção do clima da Terra.
Muita gente que trabalha em planejamento familiar gosta de usar esses números para justificar a necessidade desses programas. Dizer para as pessoas limitarem a reprodução.
Eu acho a coisa mais difícil da profissão médica a de tomar decisão pelos outros. Isto está bem melhor hoje quando é recomendado que sempre que possível o médico obtenha um documento firmado do paciente onde está expresso que esclareceu o porque está sendo proposta a realização de um procedimento ou adotada uma opção terapêutica, e, o paciente declara que após ser suficientemente informado está de acordo com a sua realização.
Com relação ao planejamento familiar, além do seu impacto no coletivo, para mim, o mais importante, é atender o direito a escolha do individuo. Parece claro que nem todos tem perfil para ser ou querer ser pai ou mãe. Biologicamente, pela natureza menos de 80% dos casais teriam filhos. Levando-se em consideração fatores sociais e psicológicos acho que esse contingente seria reduzido a bem menos da metade.
Apenas com isto, maior atendimento e respeito na opção de escolha dos indivíduos, aquelas mesmas sociedades da Europa e América do Norte, hoje já apresentam crescimento demográfico negativo.
Apesar disso juntam-se a nós no planeta Terra quase 300 mil novos habitantes a cada dia. A grande maioria em países que tem dificuldade ainda hoje de oferecer opção livre de escolha aos indivíduos sobre a sua capacidade reprodutiva.




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