Mirena & Skyla
Mirena & Skyla, são dispositivos intrauterinos, DIUs medicados com o hormônio levonorgestrel. Na essência são iguais: uma haste em forma de T de polietileno e no braço vertical do dispositivo um reservatório com levonorgestrel. O Skyla é um pouco menor. Logo a seguir listarei as principais diferenças entre os dois DIUs.
O desenvolvimento desse produto ocorreu na década de 80 pelo laboratório Leiras da Finlândia, que o lançou com a marca Levonova. Esta empresa finlandesa foi adquirida pela Schering alemã, e depois esta acabou sendo comprada pela Bayer.
No Brasil a propaganda do Mirena evita chamá-lo de DIU devida a má e equivocada reputação desse anticoncepcional por aqui.
O Mirena é uma opção muito interessante de anticoncepção pois é um produto inserido pelo médico dentro do útero. Para realizar a inserção o médico deve certificar-se que a usuária não está grávida e afastar uma série de condições que seriam contraindicações para a inserção do Mirena. Com isto a usuária ganha bastante atenção sobre a sua saúde ginecológica.
O Mirena libera o levonorgestrel que é o hormônio progestínico mais empregado entre as pílulas anticoncepcionais. As usuárias das pílulas com levonorgestrel ingerem dependendo do produto de 100 a 250 microgramas por dia do hormônio. No DIU medicado com o levonorgestrel este é liberado na cavidade uterina tendo uma ação local sobre o endométrio, a camada mucosa de revestimento interno do útero, e quantidade mínima do levonorgestrel é absorvida pelo organismo e detectada no sangue das usuárias. O hormônio apresenta uma ação local mudando a estrutura do endométrio e espessando o muco cervical. Com o Mirena a usuária tem liberado 20 mcg/24 horas no primeiro ano e essa quantidade de hormônio decresce até 11 mcg/24 horas no quinto ano de uso. Com o Skyla a usuária tem liberado 14 mcg/24 horas no primeiro ano e essa quantidade de hormônio decresce até 5 mcg/24 horas no terceiro ano de uso.
A usuária do DIU medicado com hormônio tem uma grande vantagem em relação à usuária da pílula que é da de não ter a preocupação diária de lembrar-se da administração do produto.
A usuária do Mirena pode manter o produto no seu útero por 5 anos com uma cobertura anticoncepcional comparada aquela que ela teria se fizesse uma ligadura tubária, uma esterilização. Aqui, outra diferença importantíssima a favor do Mirena, que ele pode ser removido quando a paciente quiser engravidar ( ou por qualquer outro motivo ), e a desejada nova concepção ocorre muito rapidamente.
Outra grande vantagem do Mirena: quase metade das usuárias param de menstruar.
A menstruação acarreta uma série de incômodos à mulher, e não lhe traz nenhum benefício.
Com tantas vantagens fica a pergunta: então qual o problema com o Mirena que levou a Bayer lançar o Skyla?
O Mirena é mais fácil de ser inserido em mulheres que já tiveram pelo menos um filho.
A sua cânula de inserção tem 4,75mm de diâmetro, e devido a essa dimensão o médico tem mais dificuldade de inserir o Mirena em nulíparas, mulheres que nunca tiveram filhos. Para elas foi desenvolvido o Skyla, cuja cânula de inserção tem 3,8mm de diâmetro, quase um milímetro menor. Faz diferença.
Sendo menor no diâmetro o reservatório do hormônio também é menor e então ele carrega uma quantidade menor de levonorgestrel. Mirena carrega 52 mg de levonorgestrel, enquanto o Skyla carrega apenas 13.5 mg do hormônio.
As dimensões de comprimento também são menores no Skyla, seu braço horizontal mede 28 mm e o braço vertical 30 mm. No Mirena o comprimento é de 32 mm tanto na horizontal como na vertical.
O Skyla também difere do Mirena por carregar um anel de prata na haste vertical logo abaixo do seu cruzamento com a horizontal. Esse elemento metálico foi aí colocado como um marcador para tornar o Skyla mais facilmente observado nos exames de imagem. Havendo possibilidade é muito bom a usuária realizar uma ultrassonografia pélvica ou transvaginal ( melhor ), antes e depois ( esta é quase imperativa ) da inserção de dispositivo intrauterino.
Quanto ao custo os dois produtos tem preço similar no Estados Unidos, ao redor de US$ 500.00 ( quinhentos dólares ). No Brasil não temos ainda o Skyla disponível e o Mirena custa em torno de R$ 800,00 ( oitocentos reais ), mas pela legislação brasileira o DIU tem que ser coberto pelos planos de saúde, como o Mirena já é pela Unimed.